terça-feira, 10 de agosto de 2010

VELEJADA DO DIA DOS PAIS.

Neste dia 8 de Agosto de 2010 "dia dos pais", após um longo período sem sentir a água salgada passando pelo casco nosso veleiro TITA de mastro pintado, estais novos e jogo de velas até então sem uso!



Horário combinado, estávamos os quatro: Eu, meu pai João e minhas irmãs, Karoline e Luciana, sem muito atraso no Iate Clube veleiros da Ilha. Mas pra nossa surpresa, a maré estava seca como eu jamais havia visto antes! ...As imponentes e maiores lanchas do clube que ficam amarradas ao trapiche sobre a agua, estavam adernadas sobre a lama do fundo do mar e claro os veleiros ao longo do trapiche também estavam todos encalhados!!!



Como o que não tem remédio, remediado está, entramos no carro e fomos tomar café numa padaria da Mauro Ramos, enquanto a maré subia lentamente.



Voltamos ao clube as 10:00hrs, entramos no TITA, acomodamos as bagagens e com a ajuda de cabos amarrados ao trapiche e da boa vontade do encarregado "baixinho" saímos desenhando o fundo com a quilha do veleiro.



Chequei a previsão na Internet, o vento prometia soprar de nordeste o dia inteiro de 16 a 20 nós, mas já decepcionou na saída, ficou fraco, e até parou de soprar por certo tempo, mas na altura das ilhas ratones ele entrou forte e velejamos adernado no contravento até a entrada da Baía dos Golfinhos.



Fortaleza da Ilha de Ratones.
A Baía dos Golfinhos é sensacional, exceto pela aproximação mais ao sul da entrada, onde há algumas pedras a "flor" da água, fora isso a praia é muito funda a chegada foi tranquila e pudemos atracar no trapiche das escunas, deixando o TITA a uns 30mts da areia da praia.



Restaurantes a beira mar fechados, fomos a pé em busca de um restaurante para poder-mos almoçar. Encontramos um restaurante chamado: "Casa Nova", prontamente nos atendeu uma senhora muito simpática e minutos depois estávamos comendo deliciosos frutos do mar, ....mas nosso pai nos surpreendeu pedindo filé de frango, num restaurante as beiras do mar...vai entender!

Nossa volta foi marcada também pela presença do contravento, novamente na altura das ilhas ratones, o vento sul entrou com uns 15 nós de velocidade.
Nosso motor apresentou uma vibração estranha no eixo do hélice, o que me deixou com dúvidas em ligá-lo, forçando a usar-mos somente as velas para voltar-mos ao Iate Clube, o que me deixou mais satisfeito.

Em longas bordejadas, até a laje das Pecadinhas, depois até as ilhas Tipitingas e as Henriques, fomos nos aproximando da ponte Hercílio Luz enquanto a noite já fazia brilhar as luzes na avenida beira mar norte.

Quando chegamos no canal estreito em baixo das pontes o vento sul ficou mais forte, eu e meu pai forçávamos as curtas bordejadas nas bordas do canal que tinham que ser precisas pois só conseguíamos avançar quando cambávamos a boreste, após 6 cambadas precisas nós comemorávamos juntos com a Karoline no cockpit a passagem pelas pontes, em seguida rumamos para o clube.

Já eram 20:00hrs da noite de domingo quando nos aproximávamos do trapiche do clube só com a mestra risada, a Thaiz já nos aguardava no trapiche onde um atencioso funcionário do clube  amarrou nosso Cal 9.2 aos cunhos do trapiche.

Era claro o tédio das meninas seja pela pouca velocidade que um veleiro navega, ou pelo fato de estarem na cabine sem fazerem nada, mas enquanto meu pai assistia o jogo do Corinthians na cabine eu vibrava com a regulagem das velas no cockpit. Não sei se elas um dia vão sentir esta paixão que tem o velejador de interagir com a natureza, levando seu veleiro somente ao sabor do vento, as vezes a favor outras contra, mas sempre ao destino, simplesmente com a regulagem das velas. Assim eu me sentia quando chegamos: cansado, mas inteiramente realizado!